Custos de Transação vs Empregabilidade

15 Nov

É habitual correlacionarmos o aumento da taxa de desemprego com o abrandamento económico, mas há outra explicação para este facto que tem passado despercebida. Trata-se da influência da decorrente redução dos chamados “custos de transacção” (explicados pela primeira vez, em 1937, pelo decano Ronald Coase, prémio Nobel da economia em 1991).

Na verdade, as empresas só crescem enquanto lhes for mais barato racionalizarem internamente os custos de transação de um determinado produto ou serviço do qual necessitem (e.g. pagando salários), em vez de o adquirirem diretamente no exterior (e.g. pagando “recibos verdes”). Ora, como é cada vez mais barato para as empresas contratarem livremente no mercado em vez de assumirem custos internos (por várias razões ligadas ao desenvolvimento humano e à evolução tecnológico), a redução dos custos de transacção impossibilitará o nível de criação de emprego característico de uma era industrial em que tal não acontecia.

A empregabilidade tende pois a diminuir, seja com ou sem abrandamento económico!

Mais se conclui, que a vertiginosa queda dos custos de transacção, impõe como sentido único um forte aumento da taxa de empreendedorismo (vide post anterior, intitulado “Massa Cinzenta” Amassada?), tendo como inevitável consequência a superveniência de um tecido empresarial atomizado. Consequentemente, existirão sempre menos empregos, ainda que, porventura, estes sejam criados por um número crescente de “micro-empregadores” (os “macro-empregadores” localizar-se-ão maioritariamente na China – a “fábrica global” de produtos indiferenciados – e na Índia – o “gabinete global” de serviços indiferenciados).

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